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Efeitos Colaterais da Metformina em Exames de Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética

Postado em 18/09/2024

Efeitos Colaterais da Metformina em Exames de Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética

A metformina é um agente anti-hiperglicêmico amplamente utilizado no tratamento do diabetes mellitus tipo II. Ela atua reduzindo os níveis de glicose no sangue sem aumentar a secreção de insulina. No entanto, quando associada a exames radiológicos que utilizam meios de contraste, especialmente em pacientes com comprometimento renal, seu uso pode trazer riscos significativos, como a acidose láctica, uma condição potencialmente fatal.

O Risco de Acidose Láctica

O principal efeito colateral da metformina em exames radiológicos está relacionado à acidose láctica. Essa condição ocorre quando há um acúmulo excessivo de ácido lático no corpo, o que pode ser desencadeado pelo uso de metformina em pacientes com insuficiência renal. Durante exames de tomografia computadorizada (TC) que utilizam contraste iodado, o risco de acidose láctica aumenta, uma vez que o agente de contraste pode prejudicar ainda mais a função renal, dificultando a eliminação da metformina do organismo.

A Food and Drug Administration (FDA) recomenda a suspensão temporária da metformina antes da administração de contraste iodado em exames radiográficos. A metformina deve ser suspensa 48 horas antes do exame e só retomada após uma reavaliação da função renal, garantindo que o paciente não apresenta comprometimento renal decorrente da exposição ao meio de contraste. Essa precaução visa minimizar o risco de acidose láctica, especialmente em pacientes que já apresentam alguma disfunção renal ou que estão em risco de desenvolvê-la.

Tomografia Computadorizada e Metformina

Na tomografia computadorizada, especialmente em exames que requerem o uso de contraste iodado, a suspensão da metformina é uma prática padrão em muitos centros médicos. A exposição ao contraste iodado pode induzir nefropatia induzida por contraste (NIC), uma condição em que a função renal é temporariamente afetada. Em pacientes que tomam metformina, esse comprometimento renal pode reduzir a capacidade do organismo de excretar a droga, resultando em níveis tóxicos da substância no sangue, aumentando o risco de acidose láctica.

Pacientes diabéticos que tomam metformina e que necessitam de exames de tomografia com contraste devem ser monitorados de perto. A função renal deve ser avaliada antes e depois do exame para garantir que a eliminação do contraste e da metformina esteja ocorrendo adequadamente. Em pacientes com função renal normal, a retomada da metformina pode ser realizada após 48 horas, desde que uma reavaliação da função renal confirme que não houve prejuízo significativo.

Ressonância Magnética e Metformina

No caso da ressonância magnética (RM), a situação é um pouco diferente. A maioria dos exames de RM utiliza gadolínio como agente de contraste, em vez de iodo. O gadolínio é administrado em doses muito menores em comparação ao contraste iodado utilizado na tomografia. Devido a essa diferença, o risco de comprometimento renal é significativamente reduzido, e a suspensão da metformina geralmente não é necessária após a administração de gadolínio nas dosagens usuais para RM.

No entanto, em pacientes com insuficiência renal grave ou em situações onde grandes quantidades de gadolínio são utilizadas, ainda pode haver uma preocupação com a retenção desse agente de contraste no corpo. Nesses casos, pode ser necessário avaliar mais cuidadosamente a função renal e a possível necessidade de suspender temporariamente a metformina, embora essa prática seja muito menos comum em exames de ressonância magnética.

Considerações Finais

A relação entre o uso de metformina e a realização de exames radiológicos com contraste deve ser cuidadosamente considerada pelos profissionais de saúde, especialmente em pacientes com risco de comprometimento renal. A suspensão temporária da metformina antes de exames com contraste iodado, como a tomografia computadorizada, é uma medida preventiva fundamental para evitar o desenvolvimento de acidose láctica.

Por outro lado, na ressonância magnética, onde o gadolínio é utilizado em doses muito menores, a descontinuação da metformina geralmente não é necessária. Entretanto, a avaliação da função renal continua sendo uma prática recomendada em pacientes que apresentam insuficiência renal ou outros fatores de risco.

Pacientes em uso de metformina devem sempre ser orientados sobre os riscos e as precauções associadas à realização de exames radiológicos, e sua função renal deve ser monitorada cuidadosamente antes e após a administração de agentes de contraste. Assim, é possível realizar os exames com segurança, minimizando os riscos associados ao uso de contraste e garantindo que os benefícios diagnósticos superem os potenciais efeitos adversos.

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